Family Trip Magazine

A jornada de uma mãe atípica pela Amazônia e pelo mundo

Uma mãe atípica navega pela Amazônia e além, revelando os segredos do planejamento familiar para viagens.

Por Claudine Blanco

Fabiane é mãe de três meninas incríveis e uma delas, a Sofia, que tem 9 anos, é portadora de uma síndrome rara, que está dentro do espectro autista. A família está sempre com o pé na estrada e garante que, independentemente de serem uma família atípica, o segredo do sucesso para viajar está em fazer um bom planejamento.

A chegada da Sofia na família fez com que esse planejamento precisasse ser ainda mais cuidadoso, já que algumas coisas são mais complicadas para a pequena. Fabiane nos conta que um ambiente com muito barulho e com muita gente ou ter que ficar parada esperando muito tempo é um grande desafio para Sofia, por isso aprendeu a contornar algumas situações utilizando algumas táticas que generosamente compartilha conosco, juntamente com dicas de uma das viagens que ela considerou mais especial para toda a família, quando conheceram a Amazônia.

Como foi essa decisão de ir para a Amazônia?

Queríamos mostrar para as meninas um dos destinos que consideramos mais importantes aqui no Brasil. Temos filhas nas mais diferentes faixas etárias. Hoje a mais velha, a Mari, tem 15 anos e a Laurinha 11, então consideramos a Amazônia um ícone histórico, cultural, social e ambiental e queríamos apresentar esse lugar para elas.

E a questão de logística e de infraestrutura local, considerando que é um destino mais remoto, com difícil acesso e que estariam hospedados no meio da selva amazônica?

Pois é. Em primeiro lugar, nós temos uma impressão errada sobre o lugar. Hoje você encontra hoteis muito bons e com mais fácil acesso para chegar, mas é preciso saber escolher e ter em mente que mesmo com uma infra bacana, uma viagem para a Amazônia tem muita logística de barco, principalmente, já que o rio para eles é a estrada.

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Conta para a gente como foi essa jornada para toda a família?

Para começar, escolhemos uma agência de viagem especializada e que nos esclareceu muitas das dúvidas que tínhamos e nos deixou mais seguros e tranquilos da decisão. Era uma viagem em grupo, mas colocamos para eles algumas demandas que para nossa família são essenciais por conta da Sofia.

Como o quê, por exemplo?

Nós temos alguns cuidados com a escolha de horários de voos e marcação de assentos específicos para a família, que fez com que não fizéssemos a viagem com outras famílias do grupo. Essa primeira etapa do aeroporto para nós é bem importante para minimizar os efeitos do ambiente que gera bastante estresse na Sofia. Uma dica que dou para todas as famílias é que usem os cordões que identificam as deficiências ocultas ou do autismo. Hoje todas as companhias aéreas estão preparadas para prestar um serviço mais direcionado, o que facilita muito para a gente.

A agência também colocou barco e carro de apoio em alguns passeios para o caso de a Sofia se desregular e precisarmos voltar antes do grupo de algum passeio ou ir depois.

E foi necessário usar?

Não! Apesar da Sofia não necessitar de muito suporte, isso não quer dizer que foi tão fácil para ela.

Quando ela era muito pequena, teve muitos problemas respiratórios e sempre precisávamos estar perto de algum hospital. Agora isso já não ocorre mais.

Em alguns momentos durante a viagem ela se desregulou. Por exemplo, em um passeio de canoa ela ficou com medo porque esse tipo de embarcação é mais instável e ela deu um certo trabalho até aceitar ir. Também em uma das caminhadas na mata ela cansou e tivemos que carregá-la, mas valeu cada segundo porque pudemos ver a Sumaúma gigante.

No grupo tinha também uma outra família atípica então todos estavam inseridos no contexto e foi um processo de muita inclusão com todas as famílias.

Você nos disse que a Amazônia foi uma das experiências de viagem mais incríveis para sua família. O que foi assim tão especial?

Para começar, foi sem dúvida uma das mais desafiadoras que fizemos e uma das mais enriquecedoras.

Viver um calor diferente, andar de barco, sentir medo, foram experiências que ela ainda não tinha vivido. Vimos jacaré, peixes enormes, os pirarucus, bicho preguiça, boto-cor-de-rosa e Sofia até deu um show à parte dançando com os índios na aldeia que visitamos.

Outra coisa bacana também é que a agência tem um projeto com embasamento pedagógico que as meninas gostaram muito. Tivemos jogos, lendas, visitamos uma ONG e elas puderam ter contato com a comunidade local. 

E qual a próxima viagem?

Agora em julho [de 2024] iremos para uma nova jornada desafiadora, serão 20 dias pela Europa. Faremos uma viagem pelo interior da Inglaterra e depois seguimos para Portugal.

Qual a mensagem que você gostaria de deixar para outras famílias atípicas? 

Levem as crianças para conhecer o mundo! Quanto mais puderem expor elas a essas experiências, mais elas ganharão repertório para serem autônomas.

Veja um trecho da nossa entrevista no vídeo abaixo:

Dicas da Família Way do que não pode faltar na mala

Gate

Ele adora levar eletrônicos para a viagem: celular, drone, máquina fotográfica, carregadores,..

Fly

Ela é apaixonada pelo mochilão de viagem colorido, mas adora também outros acessórios como garrafas, fones…

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