Hora de Viajar

O inspirador mundo de Inhotim

O maior museu de arte a céu aberto é uma festa para os sentidos da família inteira

Por Denise Bobadilha

Arte moderna para os pequenos? Com toda certeza! O Instituto Inhotim não só é perfeito para viajar em família como, sem querer, transforma os adultos em crianças novamente. E mais: as atrações são tão abundantes, imersivas e ricas que os menores nem vão pensar em celulares, videogames ou redes sociais. Vão sair dessa imersão com mais curiosidade pelo amplo mundo da arte, além de passar alguns dias respirando ar puro e andando (ou correndo por amplos jardins). Já os pais, verdade seja dita, não vão desplugar tanto assim, já que é irresistível sacar o celular para tirar muitas fotos.

Para quem não conhece, o Instituto Inhotim é o maior museu aberto de arte contemporânea do mundo e fica colado em Brumadinho (MG), a 60 km de Belo Horizonte. Os números são mesmo espantosos, mas vamos focar em um só: são 140 hectares de área de visitação (equivalente a mais de 100 campos de futebol) que mesclam um imenso jardim botânico e obras de arte de dimensões homéricas. Há circuitos diferentes para explorar as obras e carrinhos de golfe fazem o trajeto, já que andar tudo isso é cansativo para visitantes de todas as idades. Aliás, é bom avisar desde já que os carrinhos são pagos à parte (R$ 30 por pessoa e gratuitos para menores de cinco anos), mas você compra o passe e os usa à vontade ao longo do dia. Os mapas oferecidos na entrada do parque indicam todos os caminhos para ninguém se perder.

São necessários pelo menos dois dias para aproveitar “o mínimo” de Inhotim. E se você pensa que as crianças vão ficar exaustas e chiar para acordar no segundo dia, esqueça: talvez elas estejam ainda mais empolgadas com a exploração do que os adultos.

Mas o que faz de Inhotim algo tão atraente para todos? As 23 galerias (quatro delas sempre ocupadas por exposições temporárias) incluem obras que conversam com o lúdico e o imaginário. Para quem visita em família, o eixo (ou circuito) laranja é o ideal para começar. Ao longo dele ficam obras como as letras na grama de Marilá Dardot (grandes letras-vasos de cerâmica que podem ser dispostas no gramado formando palavras e uma área onde crianças podem usar instrumentos de jardinagem para plantar e bagunçar); a instalação True Rouge, de Tunga, que parece um laboratório com peças que mudam de forma o tempo todo; a convidativa piscina de Jorge Macchi (leve roupa de banho para crianças que adoram água); o caleidoscópio de Olafur Eliasson, que ensina sobre cores e ótica “sem querer”; o labirinto na mata de Cristina Iglesias; a galeria Cildo Meirelles; os fuscas coloridos de Jarbas Lopes; as bolas prateadas flutuantes de Yayoi Kusama (a artista japonesa que é conhecida pelas bolinhas no seu trabalho) entre tantas. E isso tudo fica em praticamente apenas um circuito.

Entre uma obra e outra, o jardim botânico dá sua graça e fornece áreas de descanso – aliás, os bancos para se sentar também são obras de artistas. Lanchonetes e restaurantes ao longo do caminho completam as pausas ao longo do dia (mas levar alguns lanchinhos, garrafas de água, protetor solar e boné evitam perrengues maiores). Outra maneira de fugir das chateações é não visitar Inhotim em feriados prolongados: os espaços abertos continuam livres, mas, em dias assim, as longas filas para um simples café com pão de queijo podem abalar o humor de qualquer um.

Por falar em pão de queijo, os dias em família na capital mineira deixarão recordações apetitosas. A começar pelas delícias do Mercado de Belo Horizonte, uma perdição para qualquer fã de queijos e quitutes mineiros e um local de exploração para crianças de vários apetites (nenhuma delas há de resistir à variedade de biscoitos de polvilho, pode ter certeza!). BH também tem parques e sobretudo museus curiosos como o dos Brinquedos e o CCBB BH, sempre com exposições interessantes.

Tanto em Inhotim como em Belo Horizonte, o melhor é deixar o carro de lado. Na capital mineira, é muito mais prático usar táxis ou aplicativos de transporte para não perder tempo à procura de uma vaga de estacionamento. E para ir de BH a Inhotim, a pedida é usar os ônibus executivos da Saritur, que saem da rodoviária da capital e param na porta do Instituto. Assim, enquanto as crianças curtem uma hora de soneca na ida e na volta, você seleciona as melhores fotos do dia, que vão eternizar momentos inesquecíveis, de muita cor e interação com um mundo surpreendente, desplugado do cotidiano, mas conectado às descobertas e ao encantamento.

Serviços

Onde ficar:
Belo Horizonte:
Novotel BH Savassi, tem um mega escorrega no hall e programa “Family Novotel” com 50% de desconto para 2º quarto se necessário.

Para um experiência de luxo, vale ficar no Hotel Fasano e contratar os serviços privativos da agência Viajar com Crianças que oferece um roteiro personalizado para famílias: serviço privativo para ir e voltar ir e visita com guia exclusivo.

Brumadinho: A cidade tem várias pousadas, algumas charmosas e espaçosas para a família, como a Pousada Verde Villas (telefone 31/3571-2480, diárias a partir de R$ 350).