Family Trip Magazine

Um safári para avistar as onças-pintadas do Pantanal

Graças à Associação Onçafari, o maior felino das Américas é a estrela entre os 5 grandes animais que podem ser vistos

Por Daniel Nunes Gonçalves

A princípio, dá um pouco de preguiça de convencer a criançada a sair da cama antes de o sol nascer para tentar ver bichos soltos na natureza do Pantanal, a melhor região do Brasil para observar a vida selvagem. “No zoológico isso não seria necessário”, alguém poderia pensar. Superado o sono inicial, a recompensa pelo esforço costuma vir logo nos primeiros momentos da manhã, a bordo de um jipão 4×4 rodeado pelo céu avermelhado do amanhecer pantaneiro.

Depois de algum suspense perseguindo pegadas e arranhões nas árvores em busca dos animais, surgem três lindas onças-pintadas, a poucos metros do veículo, se alimentando de um jovem boi recém-abatido. Cadê a câmera para fotografar? O coração dispara. A criançada quer gritar de euforia, mas não pode, pois o guia cochicha que vai assustar os animais. E aquela adrenalina toda confirma: a aventura de buscar – e encontrar – o animal livre na natureza é mil vezes mais legal que qualquer visita planejada a um zoológico da cidade.

Dez anos de Onçafari no Pantanal

Pois graças a uma bem-sucedida iniciativa da Associação Onçafari, que alia conservação a turismo, avistar onças é uma experiência corriqueira na Caiman. Há 35 anos, esta fazenda de tradição pecuária recebe hóspedes na região de Miranda, no Mato Grosso do Sul, a mais acessível a turistas do Pantanal brasileiro. Mas foi só depois que a Onçafari se instalou ali, há 10 anos, que 95% dos hóspedes dos 18 apartamentos da Casa Caiman (que só aceita crianças a partir de 8 anos) e das suas duas vilas privativas passaram a avistar ao menos uma onça durante a hospedagem. 

Não só: no pacote típico de 4 dias, enquanto a gente busca a onça, outras espécies da fascinante fauna do Centro-Oeste do Brasil se apresentam. E, assim como nos safáris da África, as crianças querem ver os “Big Five” do Pantanal e completar o diploma com os selos dos animais avistados. Se na África os cinco grandes animais são leão, elefante, búfalo, rinoceronte e leopardo, no Pantanal os maiores bichos são bem brasileiros: a anta, maior mamífero terrestre da América do Sul; o tamanduá-bandeira, que é o maior tamanduá do mundo; o cervo-do-pantanal, uma espécie de veado, maior cervídeo da América do Sul; a capivara, o maior roedor do planeta; e a onça-pintada, o maior felino das Américas.

É claro que, diferente do zoo, na natureza a gente nunca tem certeza de que vai encontrar o animal que gostaria de ver. Mas os jacarés, queixadas e tuiuiús – estes as aves-símbolo do Pantanal –  também fazem a alegria de toda a família. O avistamento não é só questão de sorte. Os experientes guias – entre eles os biólogos e veterinários do Onçafari –, ficam em contato, com um rádio em cada carro. Caso alguém aviste algum animal, avisa o colega do outro veículo e passa as coordenadas de GPS para um novo grupo de turistas ter o privilégio de avistar estes bichos todos ao vivo.

Da Fórmula 1 ao interior do Brasil

Criada pelo ex-piloto de testes da Fórmula 1 Mario Haberfeld, o Onçafari viu seu projeto de avistamento e monitoramento de onças dar tão certo no Pantanal que acabou crescendo e se expandindo. Na Caiman, apenas hóspedes podem participar daquele que é considerado o melhor safári do Brasil. “Nosso método cuidadoso de habituação dos animais à presença de veículos agora tem sido reproduzido em outras circunstâncias, com outros animais e outros biomas”, explica Mário, que experimentou os melhores safáris do mundo para criar o Onçafari.

Atualmente, é possível acompanhar os apaixonados guias e cientistas do Onçafari em sete pontos do Brasil. Entre as experiências possíveis, dá para ver lobos-guará no cerrado da Pousada Trijunção, onde se encontram os estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia, e onças-pardas no Legado das Águas, reserva de Mata Atlântica no estado de São Paulo. Nas propriedades em que atua, o Onçafari promove não apenas o ecoturismo e a ciência, mas também a preservação de florestas, as contribuições sociais, a educação e a reintrodução de espécies à natureza.

Na Caiman, o carro-chefe das ações do Onçafari, mais de 200 onças foram avistadas durante esta década de parceria. Além dos estudos científicos, a dobradinha da hospedaria de luxo com este safári de alto nível inspirado nos originais da África tem ajudado na preservação da espécie. Um dos trabalhos eficientes tem sido a conscientização dos fazendeiros locais para que não matem as onças, pois a existência delas vivas traz emprego e renda para o ecoturismo da região. E sabe o que acontece quando o visitante vive a euforia de ver onças-pintadas felizes da vida em seu habitat? 

Todo mundo volta da experiência do Onçafari com mais paixão pela natureza – e consciente da importância de manter bem preservada a fauna brasileira. E crianças terem a sorte de conhecerem projetos assim desde cedo, só aumenta a chance de termos uma nova geração mais engajada e cuidadosa

Como colaborar com o Onçafari:

É possível “adotar uma onça”, comprar produtos sociais e ajudar a patrocinar projetos da Associação. Destaque para a área infantil do site com produtos para crianças (camisetas, oncinhas de pelúcia, mochilas, livros) e atividades, desenhos para colorir. Mesmo quem não tem a oportunidade de ir até o Pantanal é sensibilizado pela defesa dos felinos. 

Mais informações em www.oncafari.org

Serviços

ACESSO

Para chegar a Caiman, é preciso voar para Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, e dirigir por cerca de 240 quilômetros (ou 3h30) até a fazenda, que fica no município de Miranda. A estância tem pista de pouso própria para quem preferir chegar em voos privados.

RESERVE COM ANTECEDÊNCIA
O safári com chances de ver onças faz parte da programação diária de qualquer hóspede na Caiman. A imersão no trabalho de excelência do Onçafari, porém, é um programa opcional que requer reserva antecipada e pagamento extra. Com carros, equipe e protocolos próprios, a associação dá um banho de conhecimento. E os visitantes se sentem os próprios assistentes dos cientistas, saindo da Caiman sabendo tudo sobre onças-pintadas.

MELHOR ÉPOCA
O Pantanal muda radicalmente de aparência no período das secas e das chuvas. Com menos água, de julho a outubro, dá para ver mais bichos. A estação das chuvas, de dezembro a março, é mais verde, repleta de alagados e ótima para ver aves.

HOTEL
Caiman
É preciso hospedar-se na Caiman para poder participar dos safáris mais bem estruturados do Brasil. Com 18 suítes na nova Casa Caiman (que só aceita crianças a partir de 8 anos) e duas vilas privativas com 5 e 6 suítes, a Baiazinha e a Cordilheira, a Caiman tem piscina, restaurante e áreas sociais superconfortáveis. As saídas exclusivas com os biólogos da Associação Onçafari e também do Instituto Arara Azul* são passeios opcionais, mas super-recomendáveis.
www.caiman.com.br

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