Family Trip Magazine

As aventuras de uma Mãe que viaja sozinha com o seu filho

Uma dupla que já percorreu mais de 40 destinos juntos. Pura inspiração para lhe dar aquele empurrãozinho que faltava

Por Sut-Mie Guibert

Esta poderia ser uma história habitual, de uma família que adora viajar e visita vários países, não fosse o caso específico da Renata Oliveira ter divorciado quando o seu filho era ainda bebê, o que fez com que se tornassem assim, desde cedo, uma família monoparental de mãe e filho. Quem viaja com crianças em casal, em grupos de 3, 4 pessoas ou mais, pode não imaginar as dificuldades que uma tal situação impõe. E já quem conhece ou imagina a condição de viajar sozinho na companhia do(s) seu(s) rebento(s), pode pensar em algumas dificuldades. No entanto, conheça as aventuras e dicas desta Mãe (com maiúscula sim, por favor) que sempre desbravou o mundo com o seu filho com muita coragem. Nada melhor que uma história inspiradora para motivar outras mães e famílias. 

Como começaram a viajar?

Renata começou a viajar com o seu filho Breno bem cedo, levando-o com meses para dentro de um avião (nessa primeira vez, acompanhada de sua mãe, pois precisava desse apoio moral e físico). Depois disso, pensou que uma viagem para a Disney fosse a mais adequada, já que o lugar é totalmente Kids e family friendly, com toda a estrutura adaptada para os pequenos, o que é verdade. Mas não imaginou que uma viagem para Orlando merecesse tanta organização, preparação e os lugares fossem tão cheios.

Sendo assim, depois de uma viagem dessas (que foi excelente, aliás), ficou fácil imaginar muitos outros destinos que estavam na lista de desejos da viajante Renata, que decidiu abrir o leque de destinos, para além dos lugares sabidamente para crianças. Dali, mãe e filho não pararam e visitaram juntos mais de 40 lugares, sendo alguns bem distantes como Filipinas, Laos, Zâmbia, Zimbabue, Galápagos, Atacama, Islândia, Califórnia, fora os paraísos brasileiros…a lista é longa! Podemos imaginar tudo o que isso acarreta de experiências vividas, lembranças criadas e  fortalecimento de laços. Mas quais os “segredos” para o sucesso dessas aventuras? 

O principal foi não ter medo! Não ter medo, inclusive do olhar das pessoas. Socialmente falando, ainda vivemos em uma sociedade machista que encara com dificuldade que uma mãe possa ser profissionalmente bem sucedida, resolvida e aventureira. Para a sociedade, a viajante Renata teria que renunciar aos seus sonhos de conhecer novos destinos. E, na verdade, aconteceu o inverso: ter um filho nunca foi um empecilho para ela viajar, pelo contrário, descobrir o mundo junto com o Breno virou um objetivo. Renata não tem maior prazer que mostrar todas as belezas e diversidades para o filho. Ela sabe que não se intimidar pelas eventuais dificuldades, ser uma pessoa positiva, mostrar essa segurança e força para o filho é essencial. O ganho é sempre muito maior para ambos em todos os sentidos: autonomia, coragem, fortalecimento da relação… De “mãe louca e irresponsável“, ela passou a ser a mãe que todos querem para si, aquela que leva junto nas melhores viagens e proporciona as melhores experiências. E que tal se ela nos adotasse? 🙂

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Quantos benefícios! 

“São inúmeros, claro. Mas algo muito interessante é que eu criei um garoto independente, autônomo e isso é muito importante para ele. Porque, desde cedo, soube fazer os trâmites de uma viagem, check in, passar no raio X, controle de passaporte… mas também sempre se serviu sozinho nos restaurantes, comia o que eu comia…”afirma Renata e, lembrando um episódio em Paris, onde ela pediu uma massinha para ele e um Croque Madame (misto com ovo em cima) para ela, se surpreendeu quando, na refeição seguinte, ela pediu novamente um prato infantil para ele e este recusou: “quero comer igual a você, quero a mesma comida”.  Hoje, ele já pensa em viajar sozinho com amigos e com certeza será alguém seguro em relação à viagens.

“A cumplicidade que se cria também é muito grande. Temos uma conexão muito forte, porque sempre sou eu e ele nas viagens; só nós dois falando português, compartilhando as coisas. Um tem que cuidar do outro. E hoje ele já ajuda: “Deixa que eu pego a mala na esteira”. Estou adorando essa nova fase (risos).” 

A coisa mais interessante é que Renata estima que isso tudo não aconteceu por uma uma questão de ter um filho único. O investimento feito em viagens, que é considerado como educação, na verdade,  teria sido o mesmo, se fossem mais crianças. “Se eu tivesse outros filhos, faria tudo de novo!” afirma ela, certa de que viagens vão alem de aventuras. Transformam relações e gerações. 

Algumas dicas objetivas de mãe para mãe:

  • Vestir a criança com cores chamativas em lugares cheios (como parques de diversão),
  • Ter uma atenção especial com documentos, vacinas e principalmente Autorização de saída internacional do menor (ainda bem, agora essa autorização pode constar diretamente no passaporte da criança),
  • Ter um caderninho com principais contatos (e que fica sempre no mesmo lugar) em caso de problema (se a mãe fica doente ou se acidenta e a criança se encontra “só” em um país com outra língua). É importante que ela possa entrar em contato com a agência de viagens e pessoas da família. Ter uma referência com quem falar em português.
  • Ter sempre um chip para o destino local, nem que seja no celular da mãe, para a criança poder sempre usar em caso de necessidade.
  • Ter uma atenção com comidas “exóticas”, pedindo menos pimenta, menos condimentos, mas “sem neuras”, pois também é interessante que a criança experimente novos sabores e seja inserida na cultura diferente.
  • Com criança, vale fazer destinos com muita natureza, espaços abertos, bichos, atividades relacionadas como trilhas, mergulho, snorkel,… Destinos que o adulto quer conhecer mas que também tenham interesses para a criança.
  • Ter guias em português faz diferença, porque a criança se interessa mais e pode fazer suas próprias perguntas e tirar dúvidas. Aprende mais.
  • Com criança já adolescente, ter compromissos: uma tarde de museu e uma tarde de lazer. A mãe pode bater perna e fazer compras, enquanto o filho tem uma tarde de farniente no hotel. 
  • Como primeiras experiências, vale viajar em grupo com outras famílias, assim a mãe vai se sentir acolhida, vai ter o suporte do grupo, a criança tem a companhia de outras crianças, enquanto os adultos também podem jantar, tomar vinho, ter outras conversas. Dali a pouco, a mãe vai se libertar, tomar coragem, vai pegar o traquejo. 

“Essa conexão é muito legal. Eu percebi que a gente é muito unido, a gente é muito conectado. E grande parte acho que veio com essas viagens, né? Da gente saber que só tinha um ao outro, que só tinha eu.
Então ele me ajudava muito, sempre. Isso tudo foi uma parceria que foi criada em 11 anos.”

Veja um trecho da nossa entrevista no vídeo abaixo:

Serviços

Autorização de viagem internacional
Seguro de viagem

As agências Viajar com Crianças e Viajar com Adolescentes fazem roteiros individuais ou em grupos de famílias para lugares fora do comum. 

Dicas da Família Way do que não pode faltar na mala

Gate

Ele adora levar eletrônicos para a viagem: celular, drone, máquina fotográfica, carregadores,..

Fly

Ela é apaixonada pelo mochilão de viagem colorido, mas adora também outros acessórios como garrafas, fones…

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