
O maravilhoso mundo do Pantanal
Conheça a melhor região do Brasil para ver a vida selvagem
Texto por Ronny Hein e fotos de Valdemir Cunha
Já disse alguém, com boa dose de razão, que o melhor lugar para conhecer a natureza do Brasil é o Pantanal – e não a Amazônia, maior selva do país e do mundo. Explica-se: fechado e misterioso, o grande universo amazônico esconde dos viajantes seus principais segredos. Já o Pantanal, a grande área alagada no interior da América do Sul, alterna períodos de cheia com períodos de estiagem. Seus rios sobem e descem, bombando como um grande coração.
Visitá-lo não é uma viagem qualquer. Destino perfeito para famílias com espírito aventureiro e fome de conhecimento, o Pantanal é o prazer de um safári na África dentro do Brasil. Quer ver?

Sua área, entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, tem o tamanho da Grã-Bretanha. Nela vivem, livres e soltos, 124 tipos de mamíferos (inclusive a sempre atraente onça-pintada, que é um dos seus símbolos. Aves? São 463 espécies, que voam daqui pra lá e povoam as copas das árvores, num espetáculo de cores. Na área também vivem 177 versões de répteis (incluindo quatro milhões de jacarés) e mais de 3500 tipos distintos de plantas e flores.



Antigamente, era um roteiro para poucos. Não havia acesso, as raras pousadas eram precárias demais, os meios-de-transporte praticamente inexistiam. Mas veio mudando muito dos anos 80 do século passado até hoje:
– É o lugar mais lindo do mundo. Eu o visito diversas vezes por ano e cada dia me surpreendo mais com o desenvolvimento sustentável que alcançou – conta o fotógrafo Valdemir Cunha, autor de diversos livros sobre a região, pai de três filhos e organizador de excursões para estudantes de fotografia no Pantanal.
Ele nem se lembra mais de quantas vezes esteve lá, mas fez de tudo. Participou das famosas “comitivas”, que são roteiros a cavalo para conduzir o gado pantaneiro de uma pastagem à outra, quase sempre com os animais com água até o joelho. Fotografou onças, araras, tuiuiús. Desceu por rios e remansos, sempre encontrando uma emoção atrás da outra.

É frequentador das duas áreas do bioma: o Pantanal Norte, acessível por avião a partir de Cuiabá e o Pantanal Sul, cuja porta de entrada é Campo Grande.
O sul é mais conhecido. Tem a Pousada Caiman, sede do projeto Onçafari e destinada aos viajantes mais requintados, com crianças acima de 8 anos. E foi, também, o cenário das duas novelas exibidas em rede nacional, a primeira pela extinta TV Manchete, a segunda pela TV Globo.
Para passar um tempo nessa última área idílica, o melhor é instalar-se no Hotel Fazenda Barra Mansa, do músico Guilherme Rondon, terra vizinha a do cantor Almir Sater. Fica às margens do rio Negro e é perfeita para o avistamento e o contato com a fauna local, além de propiciar emocionantes passeios em família (nadando ou de barco) aproveitando as vazantes do rio e as praias de areia que surgem nos meses de seca. Esses, aliás, constituem a melhor época do ano para visitar a região. São os chamados meses sem “r”. Maio, junho, julho e agosto. Mas também é muito bom estar por lá até novembro.
Valdemir também recomenda, com firmeza, a Fazenda Xaraés, perto de Corumbá, às margens do rio Abobral. Uma fazenda original, onde se convive com os chamados pantaneiros-raiz, a bordo de tererês – que são uma espécie de chimarrão gelado típico do local. Ali também se vê fartura de fauna, mas o foco é a fazenda e a lida pantaneira, incluindo as já mencionadas “comitivas”. Local ideal para longas cavalgadas. As crianças e adolescentes vão gostar de tirar fotos dessa natureza abundante, provando experiências locais e genuínas, que trazem conhecimentos e belíssimas memórias.
Para férias completas, a sugestão é juntar esse destino com Bonito, que fica a 3 ou 4h de carro, onde podem conhecer rios translúcidos e fazer flutuações (com crianças acima de 5 anos).
No Pantanal norte, onde fica a Transpantaneira, uma rodovia de terra que cruza os alagados e pode ficar intransitável nos meses de cheia, as dicas de hospedagem são o bem-equipado Araras Lodge, que tem guias especializados, profundos conhecedores da sublime reserva da Biosfera consagrada pela Unesco.
Mais adiante, quase no final da Transpantaneira – que, por si só, é um passeio memorável – fica o Hotel Porto Jofre, onde você e sua família terão a oportunidade de avistar onças pintadas e navegar por um Pantanal mais selvagem. Sim, porque no Porto Jofre, quase todos os passeios são feitos em barcos, que invadem os rios Cuiabá, Piquiri e São Lourenço. As margens dos três cursos d’água são verdadeiros santuários da fauna local e os visitantes embarcados têm a oportunidade de ver boa parte da farta fauna da região.
Se vocês acharem que a Transpantaneira é aventura demais para as faixas etárias da família, existe a possibilidade de combinar o destino com a Chapada dos Guimarães para admirar suntuosas cachoeiras ou com Nobres, onde podem fazer flutuações em águas cristalinas.
Sabe-se que o Pantanal, assim como a região do Chaco paraguaio e boliviano, são remanescentes de um mar interno extinto há milhões de anos.
A recente possibilidade de conhecer esse universo vale tudo o que custa. Quase todas as pousadas citadas oferecem aos viajantes transporte em veículos 4 x 4 desde o aeroporto de chegada. Algumas delas – como a Fazenda Barra Mansa – só são acessíveis em determinadas épocas com o uso de pequenos aviões, os chamados teco-tecos. Se vocês viverem essa experiência, ainda mais em família, vão ficar encantados. Acreditem: visto de cima, com suas lagoas, rios e ilhas, o Pantanal é ainda mais bonito.
Serviços

ACESSO:
Para o Pantanal Norte – Aeroporto de Cuiabá
Para o Pantanal Sul – Aeroporto de Campo Grande
Uma nova opção: agora já há voos diretos para Bonito
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Gate
Ele adora levar eletrônicos para a viagem: celular, drone, máquina fotográfica, carregadores,..
Destiny
Fly
Ela é apaixonada pelo mochilão de viagem colorido, mas adora também outros acessórios como garrafas, fones…
Trip
Hope
Nick
O Nick precisa da caixa transportadora, da coleira prática, da garrafa para beber água em passeios e de ração, claro!